Ficha Técnica do Ônibus
| Empresa | |
|---|---|
| Prefixo | 1127 |
| Carroceria | Paradiso G6 1550 LD |
| Chassis | MB O500 RSD |
| Linha |
D/BOM CONSELHO-PE P/SÃO PAULO-SP
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| Local | |
| Data | 16 de Outubro de 2024 |
Trajeto da Linha
Pernambuco, Alagoas e Bahia
Minas Gerais e São Paulo
Vale destacar que, em muitas cidades, os embarques e desembarques acontecem em postos ou pontos de apoio. Também é comum que os ônibus realizem paradas para embarque em pontos localizados às margens da rodovia.
Os embarques da linha finalizam em Serrinha-BA. Em épocas de muito movimento, quando se tem muitos passageiros na região de Caruaru, a empresa estende sua saída até lá, atendendo as cidades de: Caruaru-PE, Cupira-PE, Catende-PE, Jaqueira-PE, São Benedito do Sul-PE, Quipapá-PE e Canhotinho-PE. Em épocas normais, o ônibus passa a sair de Bom Conselho e segue o trajeto que está aí acima. Quanto as outras cidades, a empresa continua ofertando, porém, ocorre uma espécie de transbordo. Os passageiros que saem das cidades da região de Caruaru, embarcam em uma empresa alternativa parceira, e em Bom Conselho mesmo, os ônibus se encontram e fazem o transbordo de quem seguirá com o Daniel Tur. As principais empresas parceiras são a Nortsul e a Castelli Tur.
Além dessas cidades da região de Caruaru que citei, a empresa ainda oferta passagens para: Água Preta-PE, Palmares-PE, Santana do Ipanema-AL, Cacimbinhas-AL, Palmeira dos Índios-AL, Paulo Jacinto-AL, Arapiraca-AL, Maribondo-AL, Viçosa-AL, Cajueiro-AL, Pilar-AL, Maceió-AL, Messias-AL, Murici-AL, Branquinha-AL, União dos Palmares-AL, Novo Lino-AL, Vista Alegre do Alto-SP, Dois Córregos-SP, São Pedro-SP, Piracicaba-SP, Leme-SP, São Manuel-SP, Lençóis Paulista-SP, Charqueada-SP e Mogi-Mirim-SP.
SOBRE A HISTÓRIA DA LINHA
O movimento intenso de passageiros que liga cidades do agreste e do sertão nordestino, como Bom Conselho, Garanhuns, Águas Belas, Canapi, Paulo Afonso e Ribeira do Pombal, a São Paulo e a municípios do interior paulista, como Ribeirão Preto, Sertãozinho e Araraquara, é fruto de um longo processo histórico que começou a se consolidar a partir da segunda metade do século XX.Na década de 1950, São Paulo despontava como a principal porta de entrada para migrantes nordestinos. A capital vivia uma fase de urbanização acelerada e demandava trabalhadores para a construção civil, para as indústrias do ABC paulista e para o setor de serviços, que crescia junto com a expansão da cidade.
A partir dos anos 1960, um segundo destino começou a ganhar força: o interior do estado. Enquanto a capital continuava sendo o centro industrial e urbano, as cidades médias do interior paulista passaram a concentrar atividades agrícolas e industriais que também exigiam muita mão de obra. O avanço da mecanização agrícola ampliou a produção de café, cana-de-açúcar e laranja, enquanto as indústrias têxteis, alimentícias e de calçados ofereciam empregos formais. Essa combinação fez com que municípios como Sertãozinho, Barrinha, Franca, Jaú, Araraquara entre outras, atraíssem levas de migrantes.
O Nordeste, por sua vez, enfrentava desafios históricos. Secas severas como as de 1958 e 1970 prejudicaram a agricultura familiar e provocaram deslocamentos em massa. A concentração fundiária e a falta de infraestrutura limitavam as oportunidades no campo. As rodovias federais, especialmente a BR-116 (Rio–Bahia) e a BR-232, pavimentadas e ampliadas entre as décadas de 1960 e 1970, encurtaram distâncias e permitiram que empresas de transporte rodoviário estabelecessem viagens entre cidades pequenas do agreste e grandes centros paulistas.
O auge dessa migração ocorreu entre as décadas de 1970 e 1990, quando as usinas de açúcar e etanol do interior paulista precisavam de trabalhadores para o corte manual da cana-de-açúcar, enquanto a capital mantinha forte demanda em setores como construção civil, comércio e serviços domésticos. Foi nesse período que as comunidades nordestinas se consolidaram tanto nos bairros populares de São Paulo quanto nas periferias e zonas rurais das cidades interioranas.
Mesmo após a mecanização do corte de cana e a diversificação da economia paulista, o fluxo de passageiros não diminuiu. Hoje, as viagens atendem a uma população que mantém raízes e vínculos familiares no Nordeste. Datas como festas juninas, Natal, fim de safra agrícola e férias escolares continuam marcando picos de procura por passagens de ônibus nas rotas que cruzam Pernambuco, Alagoas e Bahia rumo a São Paulo e seu interior.
Essa rota conta a história de um Brasil conectado por estradas e linhas de ônibus que acompanharam a transformação econômica do país. Ela representa não apenas a busca por melhores oportunidades, mas também a manutenção de laços culturais, religiosos e familiares que seguem ativos, ligando as capitais e os campos paulistas às terras de origem no agreste e sertão nordestinos.
Hoje em dia o maior movimento em São Paulo do pessoal da região Pernambucana, Alagoana e Baiana, é a região do Brás, região muito farta de oportunidades de emprego. Por lá, existem muitos ônibus alternativos para quaisquer regiões nordestinas, e também, esperança por uma vida melhor.

