Ficha Técnica do Ônibus
| Empresa | |
|---|---|
| Prefixo | 14004 |
| Carroceria | Paradiso G7 1600 LD |
| Chassis | MB O500 RSD BlueTec 5 |
| Linha |
D/CARUARU-PE P/RIO CLARO-SP
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| Local | |
| Data | 16 de Outubro de 2024 |
Trajeto da Linha
Pernambuco, Alagoas e Bahia
Minas Gerais e São Paulo
Vale destacar que, em muitas cidades, os embarques e desembarques acontecem em postos ou pontos de apoio. Também é comum que os ônibus realizem paradas para embarque em pontos localizados às margens da rodovia.
Quando saem dois ônibus de Caruaru, o segundo ônibus segue um roteiro mais direto, depois de Araxá-MG, o ônibus segue até Uberaba-MG, e passa por Igarapava-SP, Ituverava-SP, Guará-SP, São Joaquim da Barra-SP, Orlândia-SP e Ribeirão Preto-SP, depois, faz o mesmo caminho até Araraquara-SP, quando desce direto pra Ibaté-SP, São Carlos-SP, Itirapina-SP e finalizando em Rio Claro-SP. Esse é um trecho mais direto, que só é utilizado quando saem dois carros.
SOBRE A HISTÓRIA DA LINHA
A ligação entre Caruaru, no Agreste pernambucano, e Rio Claro, no interior paulista, é mais do que um simples trajeto de um ônibus. Ela conta a história de décadas de deslocamentos humanos que transformaram tanto as cidades nordestinas de origem quanto os municípios paulistas de destino.A partir das décadas de 1960 e 1970, a expansão agrícola e industrial do interior de São Paulo criou uma forte demanda por mão de obra. Regiões como Ribeirão Preto, Sertãozinho e Araraquara se consolidaram como grandes polos do setor sucroalcooleiro, com usinas que empregavam milhares de trabalhadores sazonais para o corte da cana-de-açúcar. O Vale do Rio Mogi Guaçu e cidades vizinhas, como Limeira e Piracicaba, destacavam-se pela produção de citros e cana, abastecendo indústrias de suco, açúcar e etanol.
Enquanto isso, no Agreste e Sertão de Pernambuco, Alagoas e Bahia, a vida no campo sofria com a escassez de água, a concentração de terras e a falta de oportunidades de trabalho fora da agricultura familiar. Secas como as de 1958, 1970 e 1983 agravaram a situação. Cidades como Caruaru, Garanhuns, Palmeira dos Índios, Santana do Ipanema e Paulo Afonso se tornaram pontos de partida de milhares de migrantes em busca de estabilidade e melhores condições de vida no Sudeste.
A construção e a pavimentação de rodovias federais como a BR-232 e a BR-116, concluídas em boa parte nos anos 1970, encurtaram as distâncias entre os dois polos. Empresas de transporte rodoviário abriram linhas ligando o agreste pernambucano a cidades paulistas de médio porte, criando um corredor migratório que se manteve ativo por gerações.
Nos anos 1980 e 1990, essa rota viveu seu auge. As usinas de Sertãozinho, Barrinha, Jaboticabal e Taquaritinga precisavam de milhares de cortadores de cana durante a safra, e muitas dessas vagas eram preenchidas por trabalhadores vindos de Pernambuco, Alagoas e Bahia. Alguns migrantes voltavam para suas cidades de origem após a colheita; outros decidiram se estabelecer no interior paulista, dando origem a comunidades nordestinas nessas regiões.
Com o tempo, a linha Caruaru × Rio Claro deixou de transportar apenas trabalhadores temporários. Tornou-se um elo cultural e afetivo entre duas regiões distantes, levando famílias para visitar parentes, participar de festas religiosas, como a do Padroeiro São João em Caruaru e as Romarias em Bom Conselho, ou simplesmente manter os laços com suas cidades de origem.

